terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Com-su-má-ação

Ser verdadeiro é ser inteiro?
E qual inteiro que não se consome.
Some.

Feito vela depois de acesa,
Só carrega uma certeza,
Some.

Feito chuva em nuvem cheia,
Chove até se escoar, se esvazia
Some.

E se tudo some, tudo se consome
Com-sumir, faz parte do agir
Estado natural da existência
Ou nos prendemos a nossa essência
Onde:

O inteiro não se perdeu, 
A vela iluminou,
A chuva frutificou.
O ser, eternizou.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Éter n Idade

O que não morre é eterno
O que morre, intermitente
Ao olhar no mais interno
Todos, gente da gente.

E se do eterno somos feitos
Então temos semelhança
Viemos de um tempo
Onde o tempo era criança

No florescer da alvorada
A igualdade prevalece
Encontramos paz na caminhada
Pois eterno nunca esquece

E quando achar que não há mais tempo,
O tempo irá te achar...

(Escrito num vôo em 2019)

sábado, 7 de agosto de 2021

#LETRA_1: Viro Granizo

Feito Narciso
Enquanto olho para o espelho,
Vejo aquilo que convém
Mas não vejo infravermelho,
Não enxergo mais além
(O meu Umbigo, o meu umbigo)2x

Como feitiço
Admirando a beleza,
Ou querendo se afirmar?
Vendo a casca sem grandeza,
E a fortaleza aonde está?
(Feito Narciso, Feto Narciso)2x

Viro Granizo
Congelando a imagem,
Do espelho que contém
O reflexo, a miragem,
Mostra aquilo que se tem
(Eu visualizo, eu visualizo)2x

REFRÃO

Feito Narciso
O meu Umbigo
Eu visualizo

Eu visualizo
O meu Umbigo
Feito Narciso

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Ser Humano

Chegou a hora, 
É por para fora
O calor de dentro,
Aquele antigo pensamento
Quando o tempo cobra
E não demora.
A resposta da pergunta 
Não vem de fora
A calma na conduta
Acalma o coração.

Quando o impulso
É vencido pelo pulso
Firme do propósito:
Respeitar o próximo.
Ser humano é ser amado
Ser humano é existência
Ser humano é escolha
Ser humano é aparência


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Ser do mundo afora

Deixar de ser seu, ser do mundo
E de quem chamar
Ser ajuda, ser a cura a ferradura para andar
Onde há frio, haja calor
E quanto mais se necessite, haja mais amor
Onde ainda exista medo, leve a coragem
E sempre que possível traga mais felicidade
Concentração clareia a visão para entender a fé
Observe a razão aponta direção de onde estiver

Deixar de ser seu, ser do mundo
E de quem precisar
Ser exemplo, ser alento, a lupa de aumentar
Onde há raiva, haja compaixão
E que ninguém mais sofra por falta de atenção
Onde há inveja, haja abundância
E quando o joelho vergar, não se esqueça de orar
Audição, contínua expansão e retração que alimenta a fé
Observe o som que aponta a razão de onde estiver

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Romantica Bachiana

No trem da vida
Embarcam, aos montes
Pretenso desejo consumado
Consubstanciado na carne
Fundamentado na fonte!

Humana estação paralela, primeira, sétima
Pretexto do orgulho refletido
Inserido na Tela
Atado a Teia

Coletivo a mente vaga
Implícito a mãe acolhe,
Terra fertilizada, suas águas
Espírito, o pai expande e comprime
Sua vontade?
Assim, pronto, materializada

Bem vindo ao mel,
Bem vinda ao fel,
Uma vez nesse estado
Confie no bem herdado
Que cria a Luz, o Som
Movimente-se...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Deitado em berço esplêndido

Naquele instante de cuidado,
Fui teletransportado direto ao centro indiferenciado...
Onde o pulso se torna um e o um se torna pulso.

O toque sereno em sua pele,
Me mostra a porta do por vir.
Abro, a chave é você incapacitada de agir,
Te protejo como couraça, rígida, firme em suas costas
Bem sabia a concha que revela sua pérola somente quando finalizada.

Sinto a caminhada somada, como que em realidade paralela
Com novas cores, novos auras, novas auroras...

Já começa outra semana e não engana quem viu...
De manhã, ondas trazendo meu bom dia
Amanhã, te trago minha companhia
Para que juntos possamos sonhar,
Assim como o mar, que só precisa de uma gota para provar que é salgado
Seus lábios precisam apenas da minha boca para provar o que é sagrado.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Auto-retrato Solar

O físico reflete o astral ou o astro,
O que eles dizem hoje?
Úmido coração que deixa a chuva salgada, inundar a face.

O lúdico reflete o apego
Imaginando a pureza da fada, mas que é humana,
Guardada na gaiola inconsciente.
Penso, sinto e ajo igual...

Pode voar,
Do alto, aviste sonhos presentes
Já que não devemos pensar no futuro.
E o que temos presente, ao lado, esperando a plenitude?
Também posso voar se me estender a mão,
Mas sou pesado...
Para me erguer, é preciso a leveza transparente
de suas asas, que no instante, enlameada.
A luz não passa, não é tão transparente...

Na certeza de que a mente apenas mente,
Para nos livrar de nós mesmos,
Na certeza do amor sagrado,
Que é como a água turva dentro do copo com areia agitada.
Confio na sua essência que nunca deixou de ser água.
Acredito no que diz, acredito no que vejo, acredito no que sinto.
Triplicidade, como tudo, nessa ordem.

Ofereço melodias que não vem do sopro efêmero em bambu, de notas passageiras que se perdem no ar...
Ofereço o respeito que não julga, mas que não mais abre as portas a qualquer viajante do mar,
Que chega com sua nau, ancora em terra amiga e oferece espelhos aos índios inocentes, ou incenso santo como quem compra sua alforria.
Ofereço a melodia que vem da alma perene, que toca cordas, tambores, pianos, flautas, gaitas e tudo o que
Ressoar, assim como meu coração, não dependo do instrumento do desejo alheio.

Neste auto-retrato solar ou seria lunar?
Questiono meu âmago:
Por que buscamos fora o que pode ser encontrado dentro?
Por que buscamos no terceiro o que pode ser encontrado no primeiro?
Por que não nos sentimos por inteiro?
Por que temos que suprir a carência com mais carência de algo concreto?
Não concretiza ...

Entendo o amor. E se ele é incondicional, tens meu incondicional aberto para ser escrito.
Realize os sonhos daquele vôo, com pétalas de ouro no ar, na brisa quente que o verão veio dar.
Pois, já bateu na porta o chuvoso, vago e frio inverno...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Guerra Santa


Sequencialmente recomeçamos sem pensar, sinal de que o sol já transpassou o horizonte vertical, rodopiando na velocidade da luz... Real? Sonho que se perde no escuro inconsciente, estamos o iluminando com fósforo ou apagando o ultimo alento em forma de chama... Nos chamam... sempre chamam, os cavaleiros tido como guerreiros, que vestem a armadura, a carapuça e a espada, mas cade a luta, o campo de batalha? Não é como imaginamos. A guerra é santa e nublada, presente, passada e futura. Cegos, continuamos dado espadadas, cortando o ar, a carne, o pulmão... Errando os inimigos e cada vez mais ceifando nossa visão. Não há contramão, apenas o chamado do coração.







sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Palco, Opaco

Assisto ao espetáculo,
As vezes me sinto ator
Fantasiando e mascarando a realidade
Já não escrevo mais o roteiro
Passeio pelo palco, descalço
Guiado apenas pelo tempo, pelo espaço
Que há de se findar
O resultado, basta apenas esperar

Assisto ao espetáculo
As vezes me sinto iluminador
Iluminando a cena distante
Não participo, de novo assisto
Passeio pelo escuro, vestido
Escudado pelo ego, apegado
Que insiste em se manifestar
O resultado, basta apenas esperar

Assito ao espetáculo
Querendo ser roteirista
Criando o destino, a trama, a cena
Dando forma, a fertilidade das ideias
Quem escreve o roteiro terreno?
Quem atua por mim?
Quem me ilumina?
A vida segue bela como na peça
Na certeza das respostas no fim do ato
Aplaudo, contemplando admirado

Fecham-se as cortinas.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Giramar, Maréchuva e Ventosol

Inocente, ser criança
Não amansa até a maré baixar,
Ainda não desperta,
Sua mão, aperto ao peito, enlaço os pés

Flor aparentemente amarela
Pequena, inteiramente sincera
Ao toque das mãos,
Seguimos outra dimensão,
Estradas, nos separam na matéria
Então que idéia do porvir posso formar
Se não a de que tenho que regar

No ranger da nova era,
Noite plena e escura pede passagem,
Sinto raios que aquecem o pensar
Delicadeza expressa na beleza solar

Especial quinzena de verão,
Me trouxe a paz,
Vencendo a trilha do coração
Ventando e chovendo,
Sorrindo e compartilhando

Da mesma cama
Do mesmo alimento
Do mesmo alento
Da união justificada em canção

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Epifanía II

Liberte-se dos fardos que não são seus, cada ser não tem a cruz maior do que pode carregar, ao menos que queira ou que inconscientemente acrescente um peso extra a ela. Reflita, medite em seu interior, converse com os queridos para lhe apontarem o caminho, mas, a jornada é só sua.
Liberte-se das pressões e das opressões, principalmente das opressões, pois só é oprimido quem em outrora oprimiu. Aceite a família, e saiba que cada um tem seu papel fundamental dentro dela, perto ou não... Cultive boas amizades, pois, são nesses momentos, simples, que deixamos sair a felicidade mais pura, pois, é aquela que não tem compromisso.
Se valha do ditado aprendido na infância, não faça ao seu irmão o que não gostaria que fizessem a ti, se assim o fosse diferente, a palavra irmão não se faria presente. Regrida em pensamentos, regresse em sentimentos, busque o que lhe aflige sem medo de chorar, sem medo de enfrentar as mazelas mais íntimas, são internas... Interna revolução, interno é a solução.
Tenha fé, ou do que quiser chamar, uns chamam de arte, outros de ciência, outros de filosofia, outros de religião, mas, tenha ela no presente para poder voar quando asas lhe forem dadas, e para poder fincar seus pés na terra, quando assim solicitada.
Aprenda a perdoar aos outros... Quando aprender isso, aprenda algo ainda mais importante, a perdoar a si mesmo, pois, és tu quem guardas o mais tenro tesouro, a essência. Preste muita atenção ao que pedes, pois, nem sempre é o que queres. Saiba que as vezes o que tu acreditas que é um fim, na realidade está longe de sê-lo, quiçá é um meio. Todo fim ligado ao material trará sofrimento, todo meio que conduza ao irreal trará desalento. O fim é o que está ai dentro, sempre esteve e sempre estará. O meio é o que te faz feliz por si só, não necessita de complemento, pois, é pleno e o que é pleno, não acaba. Esqueça o fim e viva o caminho do meio, assim verás que o fim de antigamente pode ser contado em papel, moeda, e o meio presente, é quem guiará, com amor, toda sua caminhada, que continua, além do que se toca, além do que se vê...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Acesso

Cada qual em seu canto
Sem encanto, não acessa
Tão invisíveis quanto nós; achamos não ser
Mais presentes do que nós, tem de sobreviver

O coração é comum a todos
Bate no compasso da relação
Somos todos feitos, carne e osso.
Irmãos no escuro, irmãos no claro
Saber acessar e ser acessado

Percebe o escuro que estão
Quando a luz que ilumina o ambiente
É lanterna de carro na face presente
Horizonte material, é lata
O chão é pedra, dela vivem
Desperta ou adormece.

Esperança, não sei
Mas tem seu cão amigo,
E tem elas...
Nuvens.
Ora, traz paz
Leva o caos.
Ora, traz caos
Leva a paz.

Comida azeda,
Quiça tivesse geladeira
Teu desperdício alimenta
Indiferença velada na inação

O chão treme,
A mente ativa
Mais um dia...
Sobreviva, sobreviva


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Atenta ao Medo



Medo que nos faz julgar
Nos faz impostar a voz de defesa silenciosa,  mas, ativa em atos
Impede a mudança em deixar para trás
O anseio do ego em sobrepor  tons
De transmutar o desconhecido
Cerne do medo retido, relativo
Ao tempo desconhece a razão
Se vale da falsa ilusão

Medo que nos faz penar
Ganha força em nosso recalque silencioso, mas, ativo em corpo
Impede o novo no efeito oculto,  atrás
O não anseio do coração em mudar o ritmo
De transpor o indivíduo
Cerne da vida, relativa
Ao tempo, envelhece a razão
Se vale ainda, da ilusão

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Humores Marés

E como uma onda que vai e vem, vem e vai,
leva o denso, retorna o sutil, retorna o denso, leva o sutil,
alternando-se de humores marés.

Guiada pela lua sabe a hora de deixar-se levar,
Firmada na terra, sabe a hora de deixar-se firmar
Grão de areia uno que forma o mar, sereia imagem, que se põe a nadar
Da infância cavalos marinhos, familia de corais
Do agora, tormentos divinos, nos movem rumo ao cais.

Ondas que não existem em si, apenas se formam,
Do nada e do nada se vão
Apenas quem a viu, no instante, sabe que ela existe, ou existiu.
Apenas quem vive, no instante, sabe o que levou, ou deixou de levar.
Desmaterializou-se, sublimou-se a consciência
Restou sal, espuma, quiça areia

Assim como a onda nunca exsitiu,
O sentimento interno também é inexistente em essência,
Ledo engano dos sentidos,
Jura ter visto a maré, a onda, a casa, a ronda